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Mães & Filhos - Por Cris Ávila

ENTREVISTA COM NATASHA SHESSARENKO

20 de abril de 2020

 

 

Natasha Shessarenko é cuiabana, tem 51 anos e é médica pediatra e patologista, ambas com residência na USP, em São Paulo. Concluiu mestrado e doutorado na própria USP. Em 2000, inovou ao implantar em Cuiabá um laboratório ultramoderno, o Cedilab. Em 2017, outro desafio. Abriu em Várzea Grande uma clínica moderna, inovadora, com práticas de edificação e funcionamento sustentáveis: a Clínica Vida e Diagnóstico. Obteve sucesso nas duas empreitadas! O empreendedorismo está em suas veias, mas a médica cuiabana enche mesmo os olhos de orgulho é quando fala das filhas, Marina e Maria Eduarda.

 

Dra. Natasha por dra. Natasha …. pode se definir?

 

Como me definir… Sou Natasha Slhessarenko, médica, patologista clínica, pediatra, com as duas residências na USP, com mestrado e doutorado em pediatria também na USP. Sou mãe da Marina e da Maria Eduarda, meus dois grandes amores da minha vida. Eu digo que são as minhas melhores versões. A criatura sempre deve ser melhor que o criador, e eu não tenho dúvida de que Marina e Maria Eduarda são o melhor de mim. Me defino como uma pessoa generosa, que gosta de ajudar os outros, que muito mais do que ser presenteada ou receber alguma coisa, eu gosto de dar. Eu adoro ver a alegria dos outros ao receber alguma coisa que eu possa ter ajudado a conseguir. Eu realmente adoro servir, adoro poder contribuir para a alegria das pessoas. E às vezes é tão pouco o que a gente pode fazer, e causa tanta alegria… Às vezes é um bom dia, um abraço, um sorriso. Isso realmente está na minha essência, esse se doar, se dar, servir os outros.

 

O que mais a move?

 

Eu sou uma apaixonada pela medicina, apaixonada pela vida. Acordo todos os dias, e vou fazer 29 anos de formada, com alegria para trabalhar, atender pacientes. Eu realmente tenho muito prazer e sou apaixonada pelo que faço. Eu sempre falo também que sou uma pessoa muito privilegiada, porque eu faço o que eu amo. Amo trabalhar, amo ser médica, amo trabalhar em laboratório, amo as crianças da pediatria e, ainda por cima, apesar de gostar do que faço, de acordar feliz com o propósito de fazer a diferença na vida das pessoas, eu ainda ganho dinheiro com isso, pois é o meu trabalho! Eu posso me considerar uma pessoa muito feliz e abençoada por Deus.

 

Falando em ganhar dinheiro com o que gosta de fazer, você é considerada uma empreendedora… Fale um pouco disso, Dra.­

 

Na verdade eu tive dois momentos de empreendedorismo aqui, no nosso Estado. Quando eu voltei para Cuiabá, no final dos anos 90, mais precisamente em dezembro de 1997, eu achava um absurdo o paciente ter que ir a São Paulo para poder fazer exame de laboratório. Com esse espírito eu montei o Cedilab, no dia 03 de novembro de 2000. Em cinco anos a Cedilab era líder de mercado. Em oito anos, foi vendida para o Diagnóstico da América, que é a maior empresa de diagnósticos da América Latina e a quinta maior do mundo. Há quatro anos, também inquieta, eu achava inadmissível o paciente de Várzea Grande, a segunda maior cidade do Estado, não ter um serviço médico importante, de peso. Aí, montei a Vida Diagnóstico e Saúde, que agrega, além de laboratório, além de médicos de várias especialidades, tudo na área de otorrinolaringologia, cardiologia, endoscopia, imagem… então a gente acabou montando um centro médico enorme em Várzea Grande. Agora o paciente de Várzea Grande não precisa mais ir para Cuiabá. Então esses dois momentos de empreendedorismo marcam realmente a minha vida. Mas uma coisa é certa! Nunca empreendi pensando no quanto eu iria ganhar. Eu empreendi com o sentido de fazer a diferença na vida das pessoas, fazer o que eu gosto, fazer da melhor maneira possível. Dinheiro é consequência de um trabalho bem feito, nunca pode ser o objetivo de alguém, porque se o dinheiro passa ser o objetivo, a gente acaba sendo sempre insuficiente. Eu nunca botei o dinheiro em primeiro lugar. Sempre a paixão por servir, a paixão por fazer diferente, a paixão por fazer a diferença, a paixão por fazer do melhor jeito, a paixão por fazer bem feito, a paixão pela medicina, isso que me move!

 

Mudando um pouco de assunto. Fale sobre sua família, que é grande né?

 

A família é a base de tudo. Onde tudo começa. Quando você se vê em apuro, é onde sempre pode recorrer. Venho de uma família grande. Somos em quatro irmãos, eu sou a primeira de quatro. Meu pai e minha mãe sempre trabalharam fora. Eu me lembro de que a gente tinha oito anos de idade, seis anos, minha mãe fazia mestrado já. Sempre convivi com muitos irmãos. É uma delícia. Vivi também com o meu avô e minha avó. E procuro passar isso às minhas filhas. A Marina tem 22 anos. Faz o quinto ano de Direito na USP e está fazendo um ano de intercâmbio em Munique, estudando direito alemão pela faculdade. A Maria Eduarda tem 20 anos, está no quarto ano de medicina, na primeira turma do Einsten. Passou no vestibular com 16 anos, em seis faculdades de medicina, inclusive na Federal daqui.